Lusitana 3 (Western Lusitania)

Typological evolution

Não é possível ainda traçar um quadro evolutivo deste tipo, devido à escassez de dados estratigráficos.

Se tomarmos os dados sadinos da Herdade do Pinheiro (fig. 6) e os taganos – recolhidos no respetivo rio, ou nos centros do Porto dos Cacos e da Quinta do Rouxinol (fig. 3) –, podemos hipotetizar dois fácies geográficos: os bordos sadinos são muitas vezes arqueados e o corpo ovoide é mais alongado (ao contrário do que vemos no vale do Tejo, onde os bordos são tendencialmente em fita e o corpo mais baixo).

A um nível crono-estratigráfico, podemos contudo hipotetizar um outro sentido para os dados da Herdade do Pinheiro: representam uma morfologia de bordos mais arqueados, típica em finais do século II (?) e século III, claramente minoritária nos contextos de Chãos Salgados (primeira metade do século II), onde predomina o bordo em fita?

Visual characteristics

Bordo: predominantemente em fita, de secção sub-rectangular ou convexa, espessado, liso ou com uma ou mais ranhuras ou caneluras externas. Os bordos arqueados podem ter moldura interna. Altura entre 1,5 a 3 cm.

Colo: curto, troncocónico, com altura média de 6-7 cm.

Asa perfil: aplicadas imediatamente abaixo do bordo, possuem perfil arqueado e assentam nos ombros.

Asa seccão: em fita, contendo um ou mais sulcos longitudinais na face externa.

Ombro: arredondado, sem carena.

Corpo: Piriforme ou ovóide, mais estreito na parte inferior.

Base: pé-de-anel baixo, com 1 a 1,5 cm de altura e 6 a 8 cm de diâmetro.

Figura 8 – Capacidade das ânforas Lusitana 3, medida até ao nível representado pelo traço vermelho. 1, 2 e 3. Peças completas recolhidas por pescadores no Tejo – 22, 18 e 20 litros, respectivamente (QUARESMA, 2005, nºs 22 a 24); 4. Peça completa do vale do Sado – 23 litros (DIOGO, 1987); 5. Reconstituição de peça recolhida na Herdade do Pinheiro – 23 litros (MAYET & SILVA, 1998, 120, fig. 45, nº 2). Capacidade calculada mediante software de desenho 3D (Rui de Almeida e Francisco L. Fraile)