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A análise petrográfica das ânforas do Sado foi iniciada nos anos 80 (Cabral e Gouveia, 1984-1988; Tavares, 1990; Coelho e Cardoso, 1990) e retomada na década de 90 por A. Schmitt que caracterizou os fabricos típicos do vale do Sado (Mayet, Schmitt e Silva, 1996) que são os das ânforas Sado 1 da Lusitânia ocidental.

A análise química foi igualmente iniciada nos anos 80 do século XX (Maia, 1984-1988) e dentre diversos estudos saliente-se a análise de amostras das olarias de Zambujalinho, Pinheiro, Enchurrasqueira, Vale da Cepa, Bugio e Barrosinha que permitiram identificar dois grandes grupos geoquímicos designados “Sado 1” e “Sado 2” (Prudêncio et alii, 2009).

Visual characteristics

As pastas destas ânforas são avermelhadas, alaranjadas ou acastanhadas, ocasionalmente com o cerne cinzento esverdeado ou castanho e feitas com argila não-calcária pouco dura. A textura é média-grosseira, geralmente com bastantes inclusões brancas translúcidas (quartzo) e outras, menos abundantes, branco sólido (feldspato), bastantes partículas brilhantes (mica) e pequenos nódulos ferruginosos ou negros (óxidos de ferro). As inclusões maiores podem ser roladas e arredondadas, a par de outras mais pequenas angulosas, ou podem ser relativamente subangulosas e angulosas, de vários tamanhos.

Petrology

As olarias do Sado produziram pastas com o mesmo cortejo mineralógico composto pela associação quartzo-feldspato-micas, mas algumas características do desengordurante permitem fazer distinções. Há um grupo de pastas com os grãos grosseiros arredondados e muito rolados que é típico das olarias de Sado-montante (Barrosinha, Bugio, Enchurrasqueira e Abul), outro sem grãos rolados e arredondados, que é próprio de Sado-jusante (Pinheiro) e um grupo com grãos de tamanho médio calibrados que é característico da Quinta da Alegria –Setúbal- (Mayet, Schmitt e Silva, 1996).

A observação de várias dezenas de Sado 1 recolhidas em Tróia mostrou que a maioria tem fabrico do grupo Sado-jusante e só cerca de 17% de Sado-montante, o que se deve provavelmente ao declínio, no Baixo Império, das olarias do Sado mais a montante.