A ânfora Sado 1, variante A surge nos meados do século III ou ainda no segundo quartel desse século de acordo com o contexto de produção mais antigo que se conhece, um depósito de rejeitados de cozedura no forno 1 da olaria de Abul (Alcácer do Sal) com essa mesma datação (Mayet e Silva, 2002, 168-171), estando igualmente presente num depósito -XLIV 22 e 23 (1) e (2)- de meados e segunda metade do século III na olaria do Pinheiro (Mayet e Silva, 1998, 141-143).
A ânfora Sado 1, variante B está ainda presente em depósitos junto ao forno 3 e no forno 6 da olaria do Pinheiro, datados da primeira metade do século V sem grande precisão (Mayet e Silva, 1998, 284 e 290) e bem representada na lixeira da oficina 1 de Tróia, datada igualmente da primeira metade do século V, possivelmente do final do primeiro terço deste século (Pinto, Magalhães e Brum, 2012).
De acordo com estes dados, a ânfora Sado 1 começou a ser produzida em meados do século III ou pouco antes, e continuava presente na primeira metade do século V, até ao segundo quartel deste século. Não existem bons contextos posteriores a estes que permitam saber exactamente quando deixou de ser produzida.
A Sado 1 é uma ânfora típica do vale do Sado (Setúbal) e com origem nesta região. Foi registada nas olarias de Quinta da Alegria (Setúbal), Pinheiro (Alcácer do Sal) e Abul (Alcácer do Sal), como já foi referido, mas também no Zambujalinho (Fernandes e Carvalho 1996, fig.12 nº 21 apud in Fabião, 2004, 392).
Não aparece no vale do Tejo, seja em contextos de produção, seja de consumo.
Como acima foi referido, na Lusitânia Meridional, e mais exactamente na olaria do Martinhal (Sagres) recolheram-se alguns fragmentos de bocais afins à Sado 1, variante A que possivelmente tiveram por modelo a ânfora do vale do Sado.