No presente estado dos conhecimentos, não é possível traçar um quadro evolutivo definitivo para este tipo, devido à escassez de conjuntos bem identificados e associados a contextos estratigráficos claros. Ainda assim, são sugeridas tendências evolutivas para as produções do Pinheiro (MAYET & SIL-VA 2009, 80-82), sendo esta tentativa melhor desenvolvida no conjunto da villa de São Cucufate (fig. 6), onde se identificaram três grupos formais “com parâmetros cronológicos levemente diferentes”, dentro das grandes fases estabelecidas na escavação (PINTO & LOPES, 2006, 202). O primeiro grupo surge entre meados do século III (um exemplar poderá ser anterior) e meados do século IV e entre este ponto e meados do século V, sugere corpo piriforme e possui bordo oblíquo e triangular, com 12 a 17 cm de diâmetro. O segundo grupo – entre meados do século IV e meados do V – possui bordo em aba oblíqua, com 11 a 16 cm de diâmetro, que parece desenvolver-se para um corpo entre o piriforme e o barrilóide. O terceiro grupo possui aba espessa e horizontal, com leve depressão. O corpo é barrilóide e os diâmetros de bordo variam entre 13 e 16 cm, com excepção de dois exemplares, com 8 e 11 cm, que podem pertencer a um módulo grácil. Este terceiro grupo é o único que surge no horizonte 6, o que o relaciona mais fortemente com a primeira metade do século V do que os dois primeiros, tendencialmente mais antigos.
Figura 6 – Proposta de evolução da Lusitana 9, na estratigrafia da villa de São Cucufate, de 1 a 6, segundo PINTO & LOPES (2006, respectivamente Fig. 3, nºs 1 e 2, 6 e 8, 10 e 12) |
Bordo: extrovertido, pouco diferenciado; por vezes espessado, em aba e com ligeira depressão na face superior.
Colo: inexistente.
Asa perfil: aplicada no bordo, possui perfil arqueado e assenta no ombro ou na parte superior do corpo.
Asa seccão: em fita, apresenta por vezes um ou mais sulcos longitudinais na face externa.
Ombro: inexistente na forma de corpo barrilóide; arredondado e suave nas peças piriformes.
Corpo: barrilóide, sem ombro, ou piriforme, com ombro suave e mais estreita na base. Na olaria da Quinta do Rouxinol, onde predominam as peças piriformes, é muito frequente uma canelura horizontal no corpo, executada imediatamente acima da zona de ligação das asas.
Base: pé-de-anel baixo, pouco diferenciado do corpo, com 7 a 12 cm de diâmetro.
Figura 5 – Capacidade das ânforas Lusitana 9. 1. Sado (DIOGO, 1987, 190, fig. 6, n.º 9); 2. Tróia (colecção Museu Nacional de Arqueologia); 3. Pinheiro (MAYET & SILVA, 1998, 287, fig. 131, n.º 2); 4, 5 e 6. Porto dos Cacos (RAPOSO & DUARTE, 1996, 262, fig. 6, n.ºs 1, 3 e 2); 7. Quinta do Rouxinol (DUARTE e RAPOSO, 1996, 247, fig. 6, n.º 1). Capacidade calculada mediante software de desenho 3D (Rui de Almeida e Francisco L. Fraile) |
Metrology | Value |
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Maximum height (cm) | 50-60 |
Maximum width (cm) | 22-26 |
Maximum rim diameter (cm) | 12-17 |
Container weight (kg) | - |
Typical Capacity (Lt) | 12-16 |