Distribution

Esta ânfora, e sobretudo a sua variante A, está bem documentada em Tróia (Pinto, Magalhães e Brum, 2010 e 2012), um dos centros produtores de preparados de peixe do vale do Sado onde o conteúdo era envasado antes do transporte para os centros de consumo.

Na Lusitânia, sempre em pequena proporção, regista-se tanto na costa sudoeste (por ex. na Ilha do Pessegueiro (Silva e Soares, 1993) como no Alentejo interior, na região de Évora (Tourega -Pinto e Lopes, 2006-) e na região de Beja (São Cucufate -Mayet e Schmitt, 1997- e Monte da Cegonha -Pinto e Lopes, 2006-), regiões que terão sido abastecidas pelos sítios de produção do baixo Sado.

No vale do Tejo, nota-se a sua ausência no sítio de produção da Casa do Governador (Belém, Lisboa) (Filipe, 2011) mas está presente na fábrica de salga da Rua dos Correeiros (Lisboa) (inventariada por Rui Almeida), nos Armazéns Sommer (Lisboa) (Pimenta e Fabião, no prelo), na villa da Barradinha (Vila Franca) (inventariada por Rui de Almeida) e em Santarém (Arruda, Viegas e Bargão, 2006, 247-249).

No que se refere a outras províncias, a sua presença é certa em Tarragona (Remolá Vallverdú 2000, seg. Fabião, Filipe e Brazuna 2010) e em Corinto (Slane e Sanders, 2005, seg. informação de K. Slane).

Há múltiplos registos de ânforas desta forma em sítios e naufrágios do Mediterrâneo ocidental mas não se sabe quais as que provêm da Lusitânia ocidental.

Content

A presença de escamas de cavala neste tipo de ânfora no naufrágio de Les Catalans (Marselha) sugeriu-lhe um conteúdo piscícola (Keay 1984, 160) mas não há evidência específica para as Almagro 51a-b da Lusitânia ocidental. No entanto, a forma relativamente padronizada e a geografia da sua produção e distribuição, em zonas produtoras de preparados de peixe, sugerem a mesma função para os exemplares lusitanos.