A presença de Haltern 70 Lusitana está documentada no Noroeste da Península Ibérica (Castro de Panxón, Montecrasto e Castro de Vigo, na Galiza; Castro de Santa Luzia e Castro de Terronha em Viana do Castelo; Aljube e Rua da Banharia no Porto; e no Castro de Fiães em Vila da Feira - Morais, 2004; Morais & Fabião, 2007), na Extremadura portuguesa (Ilha da Berlenga e Peniche - Bugalhão e Lourenço, 2006; Cardoso & Rodrigues, 2005; Cardoso et alii, 2006), no Vale do Tejo (Lisboa, Vila Franca de Xira, Santarém e Coruche - Filipe, 2008a e 2008b; Morais & Fabião, 2007; Pimenta, no prelo; Quaresma, 2005; Arruda et alii, 2006; Quaresma & Calais, 2005; Dias et alii, 2012), no Vale do Sado (Alcácer do Sal - Pimenta et alii, 2006; Pimenta et alii, no prelo) e no interior alentejano (Castelo da Lousa, Castelo dos Mouros e Fortim do Caladinho todos na região de Évora - Morais, 2004, 2010; Mataloto, 2008).
Não existem indícios directos que permitam atribuir um conteúdo para as Haltern 70 Lusitanas. No entanto, o facto de estas serem produzidas em regiões com excelentes condições para a exploração dos recursos marinhos e onde são conhecidas diversas instalações de preparados de peixe, por um lado, e tomando em consideração a possibilidade da variante A da Dressel 14 (contentor piscícola) corresponder a uma evolução a partir das Haltern 70 Lusitanas, por outro, poderá representar um forte argumento para a atribuição de um conteúdo piscícola à variante lusitana desta forma.
Embora esta seja uma forte possibilidade não se deverá colocar de lado a possibilidade de um conteúdo vinário: por um lado por analogia com a Haltern 70 do Guadalquivir, por outro devido ao incipiente conhecimento que actualmente se detém sobre as mais antigas produções anfóricas lusitanas, quer a nível tipológico quer quanto aos produtos por elas transportados.