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Catarina Viegas, Jorge Manuel Cordeiro Raposo, Ines Vaz Pinto, «Almagro 51C (Western Lusitania)», Amphorae ex Hispania. Landscapes of production and consumption (http://amphorae.icac.cat/amphora/almagro-51c-western-lusitania), 20 July, 2016

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Esta ânfora corresponde ao tipo 23 de KEAY (1984) e à Lusitana 4 da tabela tipológica estabelecida por Dias DIOGO (1987), podendo afirmar-se que se trata da ânfora que maior volume de produção conheceu durante o Baixo-império (figuras 1 e 2).

Figura 1 - Ânforas Almagro 51c lusitanas.
1. Abúl. Variante B (segundo MAYET & SILVA, 2009, 69);
2. Pinheiro. Variante C, sobre suporte tubular (segundo MAYET & SILVA, 1998, planche XV.B);
3. Tróia? Colecção MNA (segundo ALARCÃO, 1997, 71);
4 e 5. Tróia. Colecção MNA (fotos: Arquivo MNA / João Almeida);
6. Porto dos Cacos (segundo ALARCÃO, 1997, 70)

Possui uma diversidade morfológica considerável, caracterizando-se, em termos gerais, por apresentar duas variantes, de acordo com o perfil do corpo: piriforme ou fusiforme, esta última mais alta e estreita. Na bibliografia ligada às produções do Sado estas variantes têm sido identificados com as letras B (piriforme) e C (fusiforme) (MAYET, SCHMITT & SILVA, 1996; ÉTIENNE & MAYET, 2002). A variante A, que os mesmos autores consideraram mais antiga, corresponde a uma forma afim das formas Dressel 30 e Gauloise 4, com fundo plano, entretanto individualizada sob a designação Lusitana 3, face à identidade própria da sua morfologia e conteúdo (ver ficha da Lusitana 3 – Lusitânia Ocidental).

Assim, a variante B da Almagro 51c corresponde ao modelo estabilizado da ânfora desta morfologia, que se reproduz de forma extensiva em inúmeros sítios de produção. Com um bordo que pode apresentar uma variabilidade considerável, vertical, triangular ou arredondado, esta variante distingue-se da anteriormente designada variante A (hoje denominada Lusitana 3) por ser um pouco mais alta (ÉTIENNE & MAYET, 2002, 145). Apresenta o colo curto e estreito e as asas, de seccção de fita (com uma mais caneluras longitudinais) descrevem um arco de círculo, deste o topo do bordo ao ombro. Destaca-se ainda o elemento distintivo da variante: o corpo piriforme que termina num fundo estreito e cilíndrico (FABIÃO & CARVALHO, 1990, 51; ÉTIENNE & MAYET, 2002, 145).

Na sua classificação, Dias Diogo distinguiu uma variante de menores dimensões que designou como Lusitana 10 (DIOGO, 1987, Figs. 2 e 7). Esta forma, que se encontra genericamente englobada na variante C, de corpo fusiforme, foi produzida nos vales do Tejo e Sado e está representada em diversos locais de consumo como Conímbriga (ALARCÃO, 1976, 75-77), S. Cucufate (ALARCÃO, ÉTIENNE & MAYET, 1990: 254) e Santarém (ARRUDA, VIEGAS e BARGÃO, 2006, 264, Fig. 6, n.º 55). Outra ânfora com fortes afinidades e difícil de distinguir da Almagro 51c, variante C é a Sado 3, identificada na olaria do Pinheiro (MAYET & SILVA, 1998, 286-287), que se distingue por um colo e bocal mais largos do que é habitual na Almagro 51c.

Figura 2 - Ânforas Almagro 51c lusitanas.
1. Porto dos Cacos (segundo RAPOSO, SABROSA & DUARTE, 1995, Est. IV, n.º 6);
2. Abul. Variante B (segundo MAYET & SILVA, 2002, 179, fig. 96);
3. Quinta do Rouxinol (segundo RAPOSO, SABROSA & DUARTE, 1995, Est. IV, n.º 4);
4. Porto dos Cacos (segundo RAPOSO, SABROSA & DUARTE, 1995, Est. IV, n.º 5);
5 e 6. Pinheiro. Variante C (segundo segundo MAYET & SILVA, 1998, 203, fig. 78, n.ºs 1 e 2)