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Catarina Viegas, «Almagro 51C (Meridional Lusitania)», Amphorae ex Hispania. Landscapes of production and consumption (http://amphorae.icac.cat/amphora/almagro-51c-meridional-lusitania), 08 July, 2016

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Esta ânfora corresponde ao tipo 23 de KEAY (1984) e à Lusitana 4 da tabela tipológica estabelecida por Dias DIOGO (1987), podendo afirmar-se que se trata da ânfora que maior volume de produção conheceu durante o Baixo Império.

Figura 1 - Ânforas Almagro 51c da Lusitânia meridional. Exemplares produzidos na Quinta do Lago –Loulé- (ARRUDA & FABIÃO 1990, Fig. 60)

Tal como se referiu a propósito das produções da Lusitânia ocidental (Ver ficha Almagro 51c da Lusitânia ocidental) este tipo apresenta uma diversidade morfológica considerável, caracterizando-se, em termos gerais, por apresentar duas variantes que foram individualizadas para os exemplares sadinos, de acordo com o perfil do corpo: variante B, piriforme ou C, fusiforme, esta última mais alta e estreita. (MAYET, SCHMITT & SILVA, 1996; ÉTIENNE & MAYET, 2002). A variante A, que os mesmos autores consideraram mais antiga, corresponde a uma forma afim das formas Dressel 30 e Gauloise 4, com fundo plano, entretanto designada por Lusitana 3, face à identidade própria da sua morfologia e conteúdo (ver ficha da Lusitana 3 – Lusitânia Ocidental). Apesar de não existirem exemplares completos pode afirmar-se que nos diversos centros produtores do Algarve dominam as variante B e C da Almagro 51c, encontrando-se ausente a designada variante A ou Lusitana 3.

Figura 2 – Ânforas Almagro 51c Lusitânia Meridional provenientes do Martinhal (BERNARDES et alii, 2013, Fig. 7)

Os exemplares de Almagro 51c da Quinta do Lago apresentam “lábios baixos, semi-circulares ou tendendo para o triangular – as variações registadas na morfologia do lábio não parecem possuir relevância tipológica. As asas são curtas, apresentando um sulco longitudinal marcado, arrancando do lábio para se unirem à parte superior do corpo; o ombro é elevado” (ARRUDA & FABIÃO, 1990, 204). (Figura 1). O corpo deveria ser piriforme, sendo o diâmetro márximo atingido na metade superior da ânfora e terminando com um fundo com bico cilíndrico (IBIDEM).

Figura 3 – Características dos bordos, asas e fundos das ânforas Almagro 51c do Martinhal, segundo SILVA, COELHO-SOARES & CORREIA (1990, Fig. 71)

Os exemplares do Martinhal ostentam uma variedade considerável de perfis de lábios (subtriangular e arredondado) e de asas (com ou sem sulcos) que foram sistematizadas por C. Tavares da Silva, A. Coelho Soares e V. Correia (SILVA, COELHO-SOARES & CORREIA, 1990, 230-231) (Figura 3). Um exemplar completo recolhido neste centro produtor, apresenta corpo piriforme, com o fundo estreito e oco com duas variantes : cilíndrico com ônfalo ou tronco-cónico (BERNARDES et alii, 2013, 321-322, Fig. 7) (figura 2).

Figura 4- Ânforas Almagro 51c da Lusitânia meridional. Manta Rota. Segundo VIEGAS, 2006, Fig. 4