Time interval

D. DIOGO (1987, 183-184) colocou a produção da Lusitana 9 “entre o século IV e meados do V, podendo recuar até ao século III”.

No vale do Tejo, a Lusitana 9 está presente nos níveis de abandono do forno 2 do Porto dos Cacos, datado de finais do século IV ou inícios do século V (RAPOSO & DUARTE, 1996, 252), ainda que, no geral, esteja fracamente representada nos contextos escavados desta olaria (IDEM, p. 255), essencialmente associados à sua primeira fase de produção. Na Quinta do Rouxinol, pelo contrário, a Lusitana 9 é abundante. A recente revisão estratigráfica do sítio, com base no estudo detalhado dos materiais datantes, situa a produção desta olaria entre o final do século II e o primeiro quartel do século V (SANTOS, 2011; QUARESMA, no prelo), com duas grandes fases identificadas. Pouco representada no final da primeira fase (4% do NMI), a produção da Lusitana 9 ocorre essencialmente na segunda fase, entre meados do século IV e inícios do século V, onde corresponde a 14 % do NMI (RAPOSO, no prelo).

No vale do Sado, a Lusitana 9 / Sado 2 “ocorre nas «entulheiras» datáveis de meados e da segunda metade do século III, tanto em Abul como no Pinheiro”, perdurando até níveis do século V (MAYET & SILVA 2009, 82), podendo dizer-se que a sua produção principal corresponderá à primeira metade do século V (MAYET & SILVA, 1998, 206).

Em Chãos Salgados, Mirobriga, um exemplar de fundo surge numa UE do século III (QUARESMA, 2012, anexo 3, nº 780).

A Lusitana 9 está presente em níveis de enchimento das unidades de salga da Rua dos Correeiros (Lisboa), datados do século V (BUGALHÃO & SABROSA, 1995, 386; BUGALHÃO, 2001), e surge também na fábrica 1 de Tróia (Setúbal), em depósito igualmente do século V, ainda que represente apenas 2,5% do NMI (PINTO et alii, 2012, 402, fig. 8).

Em contextos genericamente datados da segunda metade do século IV e do século V, a Lusitana 9 está bem representada nas villae romanas de São Cucufate e do Monte da Cegonha (ambas na Vidigueira) (PINTO & LOPES, 2006).

Origin

A produção desta ânfora está atestada nos vales do Tejo e do Sado.

No primeiro, foi sobretudo produzida nas olarias do Porto dos Cacos e da Quinta do Rouxinol (DUARTE & RAPOSO, 1996; RAPOSO, SABROSA & DUARTE, 1995; RAPOSO & DUARTE, 1996; RAPOSO et alii, 2005; FILIPE & RAPOSO, 2009).

No vale do Sado, ainda que identificada como “Sado 2”, está incluída na produção das olarias do Pinheiro e de Abul A (MAYET, SCHMITT & SILVA, 1996, fig. 43, n.º 112, fig. 51, n.º 177; MAYET & SILVA, 1998; 2002; 2009).