Distribution

A maior parte das observações efectuadas a propósito da distribuição da Almagro 51c da Lusitânia ocidental são pertinentes, neste contexto (Ver Ficha do tipo Almagro 51c da Lusitânia ocidental). Contudo, deve referir-se que a distribuição dos exemplares algarvios encontra diversos obstáculos devido à dificuldade em se encontrarem referências específicas à origem sadina/tagana e algarvia, dos exemplares publicados. Por outro lado, parece significativo o facto de não se ter encontrado qualquer exemplar proveniente das produções algarvias entre as 22 ânforas recuperadas na Quinta das Longas que foram sujeitas a análises laboratoriais (Elvas) (ALMEIDA e CARVALHO, 1998; ALMEIDA e CARVALHO, 2004).

Os dados relativos ao conjunto anfórico recuperado na villa de S. Cucufate revelam uma maioria de ânforas lusitanas no período Baixo-imperial, tendo sido possível identificar um domínio quase esmagador das produções sadinas e taganas, face a escassos exemplares que se atribuíram à Lusitânia meridional (MAYET, SCHMITT & SILVA, 1996, 167-179). Mesmo tratando-se de um estudo que teve por base apenas 45 amostras, só dois exemplares do tipo Almagro 51c foram classificados como possivelmente originários do centro produtor de S. Bartolomeu de Castro Marim (MAYET, SCHMITT & SILVA, 1996, 178).

Apesar de ser claramente durante o Baixo-império que a produção anfórica na Lusitânia meridional atinge o seu máximo, como se depreende pelo muito maior número de estruturas produtivas (fornos de ânforas e unidades de produção de preparados piscícolas) que estiveram em actividade durante este período, parece possível avançar que sua a difusão foi algo restrita. Contudo, os dados disponíveis serão certamente actualizados com novas descobertas que poderão alterar, de forma sigificativa, o panorama vigente.

Content

A proximidade dos centros produtores relativamente aos locais onde se produziram preparados de peixe constitui um dos argumentos a favor de um conteúdo piscícola, hipótese que é reforçada pelo achado de escamas de peixes associadas a uma ânfora desta forma no naufrágio Cabrera III (BOST et alii, 1992; ÉTIENNE, 1990, 16-17). O pezgamento de alguns exemplares desta ânfora constitui outra característica a favor deste conteúdo piscícola.